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Pipocas de Micro-Ondas

As Pipocas no Cinema têm um sabor especial, mas quando não dá, o Micro-Ondas está aqui para ajudar. Críticas e Análises feitas no sofá ao som da estática da Televisão.

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05
Abr21

The Trial of the Chicago 7 - Aaron Sorkin [Um tribunal nos anos 60]

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Há pessoas que amam fantasia, outras adoram policiais, algumas veneram o cinema de guerra e por outro lado existem as que gostam de começar/terminar narrativas com a célebre frase: “baseado em factos verídicos”. O homem que vos vou falar é nada mais nada menos do que um verdadeiro viciado em biografias americanas, um autor que tem marcado a sua carreira com reconstruções históricas ao longo dos últimos anos. Hoje vamos falar de Aaron Sorkin e do seu segundo projeto como realizador: “The Trial of the Chicago 7” de 2020.

 

Aaron Sorkin tem estado ocupado nos últimos anos a criar argumentos para diversos filmes de Hollywood, praticamente todos dentro do género que já tinha citado no início. Recentemente envolveu-se no seu primeiro projeto como realizador. “Molly's Game” foi a estreia em 2017 do americano com mais uma biografia. O filme baseado nas memórias de Molly Bloom resultou num trabalho razoável, nada de especial na minha opinião e se o visse de novo se calhar poderia fazer uma crítica mais aprofundada, mas hoje estamos aqui para o título do ano passado.

 

“The Trial of the Chicago 7” é um dos mais recentes destaques da Netflix, plataforma que tem feito bastantes estragos no consolidado monopólio cinematográfico americano. Aaron Sorkin ampara-se em todas as típicas características de uma grande produção: centenas de figurantes, cenários bem preenchidos, atores de alto gabarito e uma grande história por contar. Provavelmente é no último ponto que os problemas começam para Aaron Sorkin. O americano apresenta durante praticamente toda a longa uma linearidade de acontecimentos sem conseguir construir um crescendo que nos agarre verdadeiramente ao ecrã e crie laços com as suas personagens. Os principais protagonistas não chegam a amadurecer para se revelarem algo mais. A principal rivalidade que sentimos durante o filme entre Hoffman e Hayden é apenas uma forma de querer dar algum tipo de crispação no enredo, mas acho que no final o resultado é um pouco insosso e fica a faltar alguma coisa. Vários momentos são de qualidade, no entanto a banalidade dos restantes minutos sobrepõe-se durante as duas horas.

 

Muitas das vezes sou um pouco repetitivo com a situação do “Cinema Americano” e de como é demasiado... Americano. Mas a realidade é que terminar com uma dissertação de todos os soldados mortos no Vietname vem acrescentar ainda mais este meu cansaço com a ideia de ganhar batalhas com uma espécie de “poder da amizade”, um modo muito típico de resolver problemas por parte das grandes produções americanas, quando na realidade nada disso se passou naquele tribunal em 1968, assim como a não existência da agente Daphne O'Connor e outros pormenores. Creio que o sentimento anedótico que todo o filme vai transmitindo é também um pouco exagerado e os momentos que podiam ter sido intensificados não o foram, como por exemplo o tratamento hediondo que existia perante outras raças numa realidade tão próxima de nós.

 

“The Trial of the Chicago 7” fez-me recordar os grandes títulos da época dourada de Hollywood, onde as criações levavam mil voltas até ao veredito final. Estabeleci também uma relação com um filme completamente díspar mas que partilha alguns pontos idênticos: “Polytechnique” de 2009 por Denis Villeneuve é um bom exemplo de como abordar um tema sensível e importante na história, desta feita no Canadá em Montreal, de uma forma diferente e com um desenvolvimento que nos deixa completamente abalados e penetrados no decorrer da história. No final falta toda uma narrativa coesa e faltam personagens menos batidas, sentimos por diversas vezes que qualquer um daqueles ativistas já surgiram noutras histórias pelas suas similaridades e as suas personalidades triviais.


No final há três coisas na vida que me fui habituando: número um, quando tenho o cabelo minimamente comprido tenho de o estar quase sempre a desviar da frente dos olhos; número dois, comer em excesso faz com que eu não emagreça; número três, os Óscares conseguem sempre fazer-me rir com alguns dos vencedores anuais.
A verdade é que cortei o cabelo esta semana, já comi meio folar e a minha barriga continua um pouco inchada. Será que a 26 de abril... Veremos… Mas até lá, abraços e boa Páscoa.

 

Publicação em destaque pelo SapoBlogs

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